quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Pistache

Eu sinto muito que não pudemos tomar café antes de eu ir embora
Espero que o treino tenha sido bom
Eu já sinto falta do seu sorriso e sinto falta da sua companhia
Estou pensando em você no táxi e eu penso em você quando estou ocupada
Eu gosto tanto de você
Eu gosto dos suéteres que você usa
Eu gosto dos seus dentes
E eu gosto quando você faz a barba
Eu gosto de ficar bêbada com vinho Rose
Chocolate Amargo, jantar congelado
Trocando cartões, fazendo desenhos
Sempre lembrando, eu esqueço mas você sempre se lembra
Piso de madeira, guarda-roupas, lojas de doces, paradas de metrô
brigas, lágrimas e pensamentos sobre o futuro
Mas vamos nos concentrar no presente
Como fita adesiva amarrada tão fortemente
Eu amo pensar em você, eu nunca ri tanto
Me sinto tão bem, como uma criança
Tão livre quanto um pássaro, um pássaro nu
Me jogue água com a mangueira no calor do verão
Mãos suadas e úmidas, de mãos dadas
Tanta porcaria na minha bolsa
Coisas demais, mas nós adoramos guardar coisas
Cartas, ingressos, caixas, fotografias, lembranças, embalagens
Estou convencida de que algum dia eu farei disso algo muito legal
Se arrume, se vista bem
Rasgue tudo e corra pelo meu rosto
Pelo meu corpo e por minhas veias
Faça meu cabelo se arrepiar
Me assuste, me dê confiança
Um segredo, eu me sinto segura e confortável e eu não quero ir embora
Porque eu estou de volta a quando eu tinha sete anos de idade coberta de glitter
Arranhe, pule, corra, caia e estamos em pé novamente
Beijos, eu amo comer beijos
Eu amo quando você desenha algo e não está morto
"Ela" se move pra fora das páginas, tem vida
Mas qualquer coisa que você faça pode me fazer chorar
Eu quero sentir, ser, viver, respirar, tocar, ver, cair, comer
Fazer bolo, pintar, eu quero estar com você
Eu não tenho tempo pra mais ninguém
Eu não quero ficar com eles
Eu quero me mudar para a nossa casa num campo
Só me diga quando e eu estarei lá
Eu largaria tudo por você
Você é meu melhor amigo. meu namorado
Minha mente está ocupada.
Meu sussurro está bem alto
Acima da lua e de volta
Quem eu amo é você
Você é o mais modesto, o mais divertido, mais animador
Eu quero passar a maior parte do meu tempo com você
Porque com você ele vale mais a pena
Você é o mais bonitinho, esperto e bobinho
Faminto, enérgico, apaixonado, assustado, interessante, carente
Como um filme, uma pessoa de mentira"?"
Eu quero tomar sorvete de pistache, comer chocolate
Ter aquela surpresa boa quando a manteiga é sem sal,
E comer sal do pacote
Gritar até estar com o rosto azul
Conhecer gente francesa, ir às imagens
Te mostrar minhas ruas remendadas
Conhecer todas as pessoas que você poderia conhecer
Só para eles saberem que você é meu amor
E que você pertence a mim
É, eu sei que ela é bonitinha e engraçada
Mas, na verdade, ela não é um 'eu', ela é um 'nós'
Uma nação unida de absoluta falta de senso
Uma comunidade, uma vizinhança vigiada
Corpo de bombeiros, Parque temático, espaço, tempo e energia
Talento, beleza
Eles não te amam como eu te amo.


Ventos na Primavera

Tire os sapatos. Sinta-se em casa.
Sente a energia que o Universo está mandando pra nós?
Os erros. Caminhos. Coincidências. Olhares. Pensamentos.
Sente. Sente o amor. Ele vai além de tudo que se possa imaginar.
Ele sou eu. Você sou eu.
Voe
Não há com o que se preocupar, o tempo espera.
Ele é nosso, esqueceu?

S i n ta
a
v o n t a d e .

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

...

Antes da chuva parar, ela fica mais forte. Antes da lâmpada queimar, ela brilha o máximo possível. Antes do copo quebrar, ele insiste em ser absurdamente sólido. Antes do gás do forno acabar, as chamas crescem e queimam mais. Antes do fim da melodia há o silêncio para a última nota. Antes da última palavra do soneto há o sentimento condensado em versos. Antes do sentir há o estar distraído. Antes do amar há, apenas, o não amar.

Amar com Poesia

Um dia sonhei com poesia
Pensei em inventar coisas
Tipo amor
Tipo nostalgia

Um dia tentei descobrir o que era o mar
Tentei querer amar
Imaginando que seria só fantasia
Amar na poesia

Um dia pensei em sentir o perfume das flores
Viver sem sentir dores
Um dia tentei viver
Esquecer que queria morrer

Um dia quis saborear o néctar
Cortei-me nos vidros
Sangrei sem ser ouvido

Um dia vou deixar de amar com poesia
E vou morrer para essa vida
Sem sonhos
Nem fantasia
Vou morrer pra poesia

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Maresia

Sinta a maresia que brotou na chuva
E esqueça os olhos que ficaram para trás
Porque já não fazem parte dos dias que se desenham
Para você sorrir quando o outono chegar

Os ventos levaram aquele sorriso triste
Que se findou depois que dobrou a esquina
Onde a luz do poste não iluminava a caçalda
Que absorvia seus passos indecisos e tímidos

Esqueça a tristeza que envolve sua névoa
Para que o amanhecer seja leve e colorido
Como o passeio no parque de mãos dadas
Onde a sutileza do amor começará a tomar forma

Sem que as nuvens do desencanto apareçam
Com novas tempestades para ferir as flores
Que estão sendo acariciadas para enfeitar a primavera
Que irá nascer no horizonte de sua vida

do desejo


Essa tarde meu corpo acordou com vontade
Com vontade do seu corpo do lado esquerdo
Meu cabelo com vontade de seus dedos
Minhas costas com vontade de seu peito
Os lençóis com vontade de seus cotovelos
Coxas com vontade de suas coxas
Lábios com vontade de virilha
Mãos com vontade de costas, cabelos, nadegas
Voz com vontade de gemidos, silêncio
Pernas com vontade de suas mãos
Profundidade com vontade de sua superfície
Vontade de dentro inteiro, íntegro, intenso
Vontade de sua rigidez, de suas palavras líquidas no ouvido
Ouvidos com vontade de gemidos, silêncio
Olhos com vontade dos seus olhos entre as minhas pernas
Unhas com vontade de seus braços
Espasmos com vontade de seus espasmos
Rosto com vontade de seu rosto
Descansando um sobre o outro
algum silêncio, algum sorriso, algum afago.
Vontade...


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Oculto

Sentei aqui para escrever, mas minhas mãos já não se movem. Tenho a mente vazia. Já não psicografo minhas próprias mensagens ocultas. Já não entendo nada. E nada; é tudo. Vazio. Cru. Interminável.
Há uma linha tênue e invisível prendendo meus punhos à cama. Os olhos não abrem. A paisagem é nuvem cinza de tempestade violenta. Formigueiro de sentimentos consumindo o açúcar do algodão que já não é doce e está sujo demais para limpar feridas. E não há outra maneira de sobreviver.
É que quando as palavras calam surge em mim uma vontade louca de chorar. Chorar os pensamentos fugidios que sei que estão em algum lugar onde não alcanço. Talvez passem por mim acelerados sem que eu possa capturá-los, pois meus movimentos são lentos, fruto da vida sedentária que venho levando.
Só me saem essas lágrimas secas e invisíveis. O que guardo é mais salgado. Mais profundo. O que guardo já não quero guardar, mas não tem jeito. O que guardo sou eu protegida por uma cápsula de gelatina bamba em cima de uma mesa torta.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Big Fish

http://www.youtube.com/watch?v=tAeS0UKCVug&feature=player_embedded

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Do agora.

do salto
do instante
do flagra
do estopim
do estouro
do contrário
do início
do erro
do inusitado.

sábado, 13 de agosto de 2011

.

Um milhão
de mulheres inacreditáveis na avenida
e você grintando meu nome

somos mulheres inacreditáveis querida
somo homens

nossos blues é indiano
e suas unhas vermelhas
combinam com seu carro
de supermercado
recolhendo lata
trepidando na calçada

será que um dia
sua coxa engrossa
sua unha desbota?

como é que seria você
cruzando salto na praça?
desejada pela multidão
gritando seu nome
em garganta que esgarça?

a tarde passa
e ela inaugura um novo padrão

dinheiro eu sei que te falta
mas você tem coração?

terça-feira, 9 de agosto de 2011

- E então, o que me diz?

-Nada, nada. Fico apenas calada, observando-te enquanto posso. Um dia, talvez eu não possa mais, talvez eu não queira mais. Enquanto eu posso, enquanto eu quero, te observo, te sigo, te tomo com café e sem mais poesias. É assim que tenho você. Assim. Na minha mudez que grita seu nome-vida pelos meus poros. Nos meus cabelos que brilham o brilho dos seus olhos. Nos seus tantos jeitos de falar e cantar. É assim que tenho você e que quero você. Perto, tão perto que nem você mesmo pode saber o quão perto está e nem que eu queira, consigo te levar pra longe.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Liberdade (ou descaso)

Busco conhecer todos os lugares que vejo
(mas em nenhum permaneço)
Por aí, seduzo só o que desejo
(até de amar eu esqueço)

Não me surpreendo, nem faço exigências
(é tanta liberdade, quase um descaso)
Não procuro supridores de carências
(e quando me apego, é por acaso)

Meu corpo nunca serviu de abrigo
(e eu não crio raízes)
Não há quem sempre estivesse comigo
(e eu não costumo fazer as pessoas felizes)

Fidelidade nunca foi o meu forte:
Eu sempre estive sem estar.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Até qualquer dia...

Sei que não poderei impedir que meu mar fique seco
Que as ostras fiquem sem pérolas
Que meus olhos fiquem sem sonhos
que eu me afoque em meu desânimo

Sei que depois da tormenta
Virá o desencanto
Não haverá mais rosa
Não haverá um novo canto

Sei que tudo findará
A estrela apagará
As lembranças ficarão
Só não sei se terei mais um coração

Sei que o arpoador fica logo ali
Mas como ir passear se não poderei sorrir
Meu sorriso voará para longe
Para terra sem sonho perto ou distante

Ficarei sem rumo
Ficarei sem um olhar
Ficarei sem meu mar
Ficarei sem vida para poder pelo menos gostar

segunda-feira, 25 de julho de 2011

25/11/2011

And I cannot guess what we'll discover
So brown eyes i'll hold you near cause you're the only
song I want to hear
A melody softly soaring through my atmosphere.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Isto

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo
O que me falha ou finda.
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tarde Demais

E aqui,
Desfalecidos e circunstancialmente inertes,
Somos a prova viva da expressão,
Tarde demais para nos tornarmos santos -, Mas, Flagrando você me olhar assim, Começo a crer na ressurreição.
No teu ressuscitar ereto.
Eu estou quase sempre pronta.
Quase sempre.
Tenho certeza que vai ser ainda melhor.
Acho que agora eu quero morrer e viver contigo para sempre.
Vem.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Pseudo-paixão

Não lembro exatamente quando isso começou, basta saber que, a partir daquele dia, ele sempre soube onde (e quando) me encontrar. Quando eu menos espero lá vem ele na contramão, sorriso peculiar, bom humor infindável, olhos cor-de-café e palavras agradáveis a me esperar: anestesia para corpos desejados, mentes cansadas e almas carentes. Entre quatro paredes daquele carro com cheiro-de-recém-comprado, quando o jazz dá ao meu corpo a verdadeira idade... enfim, todo e qualquer tipo de convivência que sirva de pretexto para que os olhos e bocas e corpos desaprenderam a disfarçar: desejo. Ele para o carro."Me devore", lê em mim. Toques experientes mexem com exaltidão minhas curvas (até então) ingênuas: além de saber por onde eu ando, ele também aprendeu a me interpretar. E eu tomo dele a responsabilidade dos seus cabelos-quase-grisalhos, e ele leva toda minha inocência... e minutos fingem ser horas: ele menino, eu mulher.
Desde então tem sido assim: quase uma prostituição.
Palavras que se embaçam junto aos vidros; vazios deliciosamente preenchidos por instinto.
Na verdade, o meu contentamento sempre se deu em sair daquele carro com uma mistura de dúvida e certeza, imaginando que ele vai voltar em uma tarde qualquer, e seremos nossos, mesmo que nos 30 minutos de seu horário livre - tempo que eu levo sem que as pessoas percebam meu atraso, pra chegar em casa... e lá, estendo o meu sorriso por dias, e o jazz é que me faz companhia dentre essa liberdade incerta, recíproca e imensa.

Aqui

Há, no seu jeito de querer o meu sangue, e querer a minha paz, e querer a minha dor; algo de doce. Há, no silêncio do seu riso um som que perfura meus tímpanos, e perfura minhas veias, e consome minha alegria. Algo que no último instante me faria implorar pela morte, pois a eternidade seria pior.

Há, nesse ódio recíproco, algo de amor.