quinta-feira, 29 de julho de 2010

Como se sente

Bem, eu não posso te dar tudo o que você quer
Mas eu poderia te dar tudo aquilo que você acha que precisa
Um mapa para colocar abaixo do seu assento
Você vai lê-lo para mim e te levarei até lá rapidamente
Ninguém sabe que estamos aqui
Nós poderíamos estacionar o carro e andar até a cidade
Achar a garrafa de vinho mais barata que conseguíssemos
E falar sobre a estrada que ficou para trás
e sobre como se perder não é perda de tempo
E o porto vai nos levar para casa
E em certo momento nós vamos cantar enquanto a floresta dorme
É tudo isso pelo simples motivo de chegar com você
Bem, eu vou fazer um livro em uma cama
A vela está queimando seu próprio tempo para descansar
Não podemos trazer de volta coisas que já foram
Eu posso lhe dar promessas para guardar
E eu só as pegaria de volta se elas se tornassem as suas próprias promessas e você as desse para mim
Bem, é tudo isso pelo simples motivo de chegar com você
Nós poderíamos fazer isso em qualquer coisa
Nós podemos desenvolver isso e nos tornarmos o que devemos ser
Isso pode nos transformar em qualquer coisa
Isso pode nos transformar em mais do que você pode ver
É apenas como se sente.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Um fabuloso destino

Quando uma criança fica muito tempo sozinha em casa, sua imaginação ganha um terreno por demais fértil. Ela olha para o mundo com olhos diferentes. Para ela, as coisas não são como são. Vão além, são magia, fantasia. Vão para além da lógica. São vermelho e do verde, cores, contrastes. São introspecção imensa. Um gozo silêncioso em contemplar o que há de pequeno. Viver os pequenos prazeres.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Para o desconhecido

Os desconhecidos em minha vida, e todos que me passam, são os que dormem e acordam comigo. Dividem sonhos e madrugadas, seus olhos, sua pele e seu tempo já são meus. Vivemos em uma intensa e complexa relação entre o conhecido e o totalmente desconhecido. Sei dos seus possivéis sentimentos mas, nada além de palavras...
Em todo este tempo eu cresci com você, e compartilhamos tanto que não pode ser quantificado ou mensurado. Quando passarmos um pelo outro não se esqueça das palavras, os sonhos. Da-me aquilo tudo em um instante só, como velhos conhecidos. E teremos um tempo intocavél para nós lembrar. Eu não quero falar contigo, eu gosto é de pensar em ti quando estou sentada sozinha. Eu te esperarei, não tenho duvida alguma de que vou te encontrar ainda. E terei cuidado dessa vez para que não seja apenas desconhecido. Para sempre, meu nobre desconhecido.

-- costurando

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Poesia em cores e tons

Entre linhas, cores e tons
Diferente de tudo que já vi
Textos sublimes, em desenhos reconheci
Imensuráveis e perceptíveis dons

Retratando estrofes e rimas intercaladas
Descrevendo soneto em imagem
Espremendo da crônica a margem
Fazendo poesias em pinceladas

É visível em cada memória e esquina
Retratos feitos por um homem cético
Que têm mais de poético
Do que qualquer um imagina

Criando métricas em tinta nanquim
Em luz e sombra, transforma versos
Com sentidos próprios ou inversos
Acabou por despertar encanto em mim

terça-feira, 13 de julho de 2010

A mais bonita.


Não, solidão, hoje não quero me retocar
Nesse salão de tristeza onde as outras penteiam mágoas
Deixo que as águas invadam meu rosto
Gosto de me ver chorar
Finjo que estão me vendo
Eu preciso me mostrar
Bonita
Pra que os olhos do meu bem
Não olhem mais ninguém
Quando eu me revelar
Da forma mais bonita
Pra saber como levar todos
Os desejos que ele tem
Ao me ver passar
Bonita
Hoje eu arrasei
Na casa de espelhos
Espalho os meus rostos
E finjo que finjo que finjo
Que não sei.

Refúgio

Há tempos que eu me escondo por trás das suas palavras. Palavras essas que me confortam, pela verdade - bêbada ou não - que carregam em si... e por me fazer sentir, através delas, resquícios de você.
Me perco no tempo e termino por mergulhar nesse passado que, apesar de não tão distante, acabou por tanto me distanciar de você...

Quando penso já ter esquecido de tais palavras, ou acho que acabei sufocando-as em meio a tantas outras, me pego lendo mais uma vez, na memória, tudo aquilo.
Aquilo que tanto me fazia bem e que me livrava de parte desse peso que é viver.
Aquela época em que meu sorriso se fazia mais puro e minh'alma mais leve.

É incrível o bem que me faz pensar em tudo o que passou... como também é incrível a angústia que permanece dentro de mim, perguntando se tais palavras ainda são válidas ou não.

Queime depois de ler (hoje)

Lá fora está frio, e você ainda está perdida pelas ruas com os olhos borrados de lápis, sua botinha preta e guarda-chuva rosa. Desista de procurar nas esquinas, cafés e cinemas à boca mais quente e o espírito mais generoso. Venha ! Porque hesita? Porque todo este charme? Ainda não ouço os seus passos perto da minha porta. Não se preocupe, eu comprei aquela bebida forte que você adora, um edredom e uma cama repleta de sonhos juvenis..
.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mas acontece que sou triste...

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que sou triste...

Casa no Campo


(Poesia que eu dedicado a minha mãe)

Um dia você terá uma casa no campo
Onde poderá ver a paisagem verde
As flores enfeitando seu dia
Brincando num simples balanço

Vai poder correr pela sua varanda
Jogar o chapéu de couro para o alto
Balançar seus cabelos e depois de caminhar a pé
Sentar-se à mesa no fim da tarde para saborear seu café

Um dia você terá uma casa no campo
Com as noites cobertas de estrelas brilhantes
Sentir a brisa fresca que beija as folhas
E pensar porque não escolheu viver assim antes

Um dia você vai sorrir
Em sua casa no campo
Colherá frutas frescas no pomar
Frutas doces como o brilho do seu olhar

Nas manhãs de primavera se encantará
Ouvindo o cantar daquele canário
E como o outro lindo pássaro
Voltará a voar, a sonhar

Um dia você vai brincar no balanço
Na sua casa de campo
E verá aquela vila tranqüila lá longe
E nunca mais se lembrará do seu pranto

Um dia você vai ser muito feliz
Feliz como um simples
E doce acalanto
Na sua casa no campo

Para ele

"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?" Fernando Pessoa.